14 de mai. de 2014

Álcool mata mais do que aids e violência

Relatório da OMS alerta que ingestão nociva de bebidas alcoólicas faz mais de três milhões de vítimas por ano no mundo. Consumo no Brasil é mais alto do que a média global

O consumo nocivo de álcool causou a morte de 3,3 milhões de pessoas no mundo em 2012, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta segunda-feira 12.

Segundo o estudo, feito em 194 países, as mortes relacionadas a bebidas alcoólicas corresponderam a 5,9% do total de 2012, cifra superior às mortes ligadas ao HIV (2,8%), à violência (0,9%) ou à tuberculose (1,7%).
"Precisamos fazer mais para proteger a população das consequências negativas do consumo de álcool", diz Oleg Chestnov, diretor-geral adjunto da OMS para doenças não transmissíveis e saúde mental.
Além de causar dependência e estimular a violência, o consumo nocivo de álcool, ou seja, aquele que causa consequências negativas para o consumidor e a sociedade, aumenta o risco de desenvolvimento de mais de 200 doenças, incluindo cirrose hepática e câncer.
O relatório também revelou que o consumo de álcool é maior e faz mais vítimas entre os homens do que entre as mulheres. Segundo a organização, em média o consumo mundial a partir de 15 anos de idade é de 6,2 litros de álcool puro por ano. Porém, 38,3% da população global bebem por ano 17 litros.
No Brasil, a média de consumo anual é de 8,7 litros ao ano, sendo cerveja a bebida preferida no país. A região com a maior média de consumo é a Europa, com 10,9 litros por habitante por ano. O país que registrou o maior consumo no mundo foi a Bielorússia, com 17,5 litros, seguido da Moldávia, com 16,8 litros ao ano.
"Nós descobrimos que cerca de 16% dos consumidores têm episódios de consumo excessivo, que é mais prejudicial à saúde", diz Shekhar Saxena, diretor para saúde mental e abuso de drogas e outras substâncias da organização.
O diretor acrescenta que as consequências sociais e de saúde causadas pelo consumo nocivo de álcool impacta de forma mais acentuada a população mais carente. "Eles, com frequência, não têm acesso a um sistema de saúde de qualidade e são menos protegidos pela família ou por redes comunitárias", reforça Saxena.
A OMS também lembrou que os países precisam reforçar as medidas contra o consumo prejudicial de álcool, através do aumento de impostos para bebidas alcoólicas, do limite de idade para sua venda, da regulamentação de propagandas, além da criação de campanhas para a conscientização sobre os danos que a bebida traz para a saúde.



Fonte: Carta Capital