5 de jun. de 2014

Cursos para tecnólogos oferecem boas oportunidades no mercado

Em 2012, mais de 640 mil estudantes se matricularam em algum desses cursos.  De 2010 para 2012, o número de matrículas cresceu 17%, enquanto as matrículas nos cursos de graduação presencial cresceram apenas 9%. O atrativo está no fato de serem cursos mais rápidos.

A estudante de design Vagna Santos quer um diploma, mas não quer passar quatro anos em uma sala de aula: “Já não estou numa idade de perder muito tempo e esse curso vai me atender no ramo que vou trabalhar. Depois quero abrir uma loja de adorno e decoração”.
O curso de tecnólogo em design de interiores da Unatec, em Belo Horizonte, também foi um achado para a estudante Gláucia Castro Coelho. “Pelo fato de ter o tempo mais reduzido, consigo conciliar trabalho com filho e casa”, relata.
A equivalência com um curso superior é a principal diferença para o curso técnico, que equivale ao ensino médio. “É curso superior como outro qualquer. Terminou e você pode fazer pós-graduação, buscar especialização, fazer mestrado e doutorado”, explica Paulo Leite, diretor da faculdade Senac de Contagem, MG.
Ministério da Educação (MEC) reconhece 113 tipos de cursos tecnológicos em as áreas como gestão, design, informática, indústria e saúde. Os cursos de tecnólogo duram de dois a três anos e boa parte das aulas é prática. Os alunos de estética e cosmética do Senac, por exemplo, fazem prova em um salão de beleza, montado dentro da universidade. Técnicas de maquiagem, corte de cabelo e outros detalhes valem ponto.
Danielle Anderson já é esteticista há 15 anos, mas quer mais conhecimento: “A teoria na parte da fisiologia, anatomia, você aprende a fundo o corpo humano. A gente trabalha com saúde e não só com beleza”.
Como os cursos para tecnólogos são muito práticos, não é preciso fazer estágio fora. “A lei não exige estágio na graduação tecnológica, porque a sala de aula é viva, dinâmica e prática. Ensina conceito, teoria e prática também. Temos área de carreira onde empresas procuram alunos pra preencher suas vagas”, afirma Alice Hosken, diretora acadêmica dos cursos de graduação tecnológica
Gastronomia
Outra área que tem atraído muitos alunos é a de gastronomia. Hoje, o Brasil tem 128 instituições de ensino de gastronomia, que formam quatro mil chefes de cozinha por ano. São dois anos e meio de curso, onde se aprende as mais variadas receitas e também como administrar um restaurante.
O mercado gastronômico está em plena em expansão: o salário médio de um chefe de cozinha passou de R$ 3.859,79, em 2012, para R$ 4.011,87, no ano passado. Os salários de chefe de confeitaria e sub-chefe de cozinha também aumentaram.
"O mercado continua crescendo. Por um lado pela requalificação de alguns profissionais que estão na área e, por outro lado, porque grandes empreendimentos estão abrindo novas casas, que demandam essa mão de obra qualificada”, analisa o professor da PUC de Curitiba, Alexandre Dhein.
A tecnóloga em gastronomia Márcia Moreira fez o curso e, menos de uma semana depois de se formar, conseguiu abrir a própria empresa, um café, que já tem quase um ano e está indo muito bem. Ela conta que o que aprendeu durante o curso tem sido fundamental para subir na carreira.

Antes de pegar o diploma, Márcia fazia doces para eventos. Agora, a técnica no preparo dos pratos está mais apurada, mas a grande mudança aconteceu longe da cozinha: “Antes eu trabalhava só voltada para o alimento. Agora eu já consigo trabalhar o meu produto pensando no mercado, pensando no cliente, o que ele espera, tanto da aparência, do sabor, preço”.
Áreas em expansão
Os dados mais recentes do MEC mostram quais são as cinco ocupações tecnólogas que mais empregaram em 2011 e 2012. São elas: tecnólogo em logística de transporte, tecnólogo em eletrônica, tecnólogo em segurança do trabalho, tecnólogo em gestão da tecnologia da informação e tecnólogo em secretariado escolar.
Já os salários mais altos, também segundo o MEC, foram para tecnólogo em petróleo e gás (R$ 12.325,28), tecnólogo em fabricação mecânica (R$ 5.334,10), tecnólogo em telecomunicações (R$ 4.946,85), tecnólogo em sistemas biomédicos (R$ 4.868,99) e tecnólogo em meio ambiente –(R$ 4.548,77).

Fonte: G1