Como forma de protesto, dezenas de títulos eleitorais
viraram cinzas e o que era um documento pessoal usado para fazer democracia,
ficou sem valor, assim como todos se sentiram em relação ao voto nas eleições
de 2012.
“Já são três eleições que perdemos por voto de fora. Para se
ter uma ideia, tiveram até algumas pessoas chegando na cidade perguntando onde
era o ginásio”, fala o aposentado Valdecir Antônio da Silva.
A cidade tem atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), 2.668 habitantes. De acordo com o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), tem 2.631 eleitores. É como se apenas 37 habitantes
não estivessem aptos a votar.
O mecânico Cícero Cirino da Silva perdeu a eleição para
prefeito e não se conforma com o acontecido.
“A gente tinha certeza que ganharia as eleições porque o
povo da cidade estava nos apoiando. Segunda-feira foi muito ruim ver o pessoal
da cidade triste e abatido sabendo que o pessoal de fora, de São Paulo, de
Panorama e de Prudente veio aqui mudar o destino de Estrela do Norte”,
salienta.
O ganhador, Hélio Lima dos Santos, diz ter ficado surpreso
com a vitória. Ele é o atual vice-prefeito e promete trabalhar em nome de
todos, mesmo sabendo que boa parte da população estrelense não votou nele.
“Surpresa. Mas pelo que vimos nos comitês, a eleição estava
equilibrada. Foi muito sofrida, mas graças a Deus vencemos assim mesmo”,
revela.
A chefe do cartório eleitoral de Pirapozinho, responsável
por Estrela do Norte, Lia Brondi de Paula Rodrigues, informou que há grande
rotatividade de pessoas em Estrela do Norte porque muitas vão para lá apenas
para trabalhar ou morar em assentamentos vizinhos e por isso, votam na cidade.
Ainda segundo ela, a lei eleitoral não exige comprovação de residência. Mas,
quando o eleitor vai solicitar o título, ele assina um termo declarando que
mora na cidade onde vota.
Atestar falsa informação é crime, previsto do Código Penal.
Uma pessoa pega fazendo isso pode ser condenada a até três anos de prisão.
Fonte: Ifronteira