10 de out. de 2012

Eleitores queimam títulos em protesto contra resultado em Estrela do Norte

A eleição para prefeito de Estrela do Norte foi bastante acirrada. Apenas oito votos separaram o eleito do segundo colocado. Por conta disso, parte dos moradores da cidade continua indignada com o resultado e questiona a desproporção entre o número de habitantes e eleitores no município. Eles alegam que pessoas de fora transferiram o título para cidade somente para votar a favor de um dos candidatos.

Como forma de protesto, dezenas de títulos eleitorais viraram cinzas e o que era um documento pessoal usado para fazer democracia, ficou sem valor, assim como todos se sentiram em relação ao voto nas eleições de 2012.

“Já são três eleições que perdemos por voto de fora. Para se ter uma ideia, tiveram até algumas pessoas chegando na cidade perguntando onde era o ginásio”, fala o aposentado Valdecir Antônio da Silva.

A cidade tem atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2.668 habitantes. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tem 2.631 eleitores. É como se apenas 37 habitantes não estivessem aptos a votar.

O mecânico Cícero Cirino da Silva perdeu a eleição para prefeito e não se conforma com o acontecido.

“A gente tinha certeza que ganharia as eleições porque o povo da cidade estava nos apoiando. Segunda-feira foi muito ruim ver o pessoal da cidade triste e abatido sabendo que o pessoal de fora, de São Paulo, de Panorama e de Prudente veio aqui mudar o destino de Estrela do Norte”, salienta.

O ganhador, Hélio Lima dos Santos, diz ter ficado surpreso com a vitória. Ele é o atual vice-prefeito e promete trabalhar em nome de todos, mesmo sabendo que boa parte da população estrelense não votou nele.

“Surpresa. Mas pelo que vimos nos comitês, a eleição estava equilibrada. Foi muito sofrida, mas graças a Deus vencemos assim mesmo”, revela.

A chefe do cartório eleitoral de Pirapozinho, responsável por Estrela do Norte, Lia Brondi de Paula Rodrigues, informou que há grande rotatividade de pessoas em Estrela do Norte porque muitas vão para lá apenas para trabalhar ou morar em assentamentos vizinhos e por isso, votam na cidade. Ainda segundo ela, a lei eleitoral não exige comprovação de residência. Mas, quando o eleitor vai solicitar o título, ele assina um termo declarando que mora na cidade onde vota.

Atestar falsa informação é crime, previsto do Código Penal. Uma pessoa pega fazendo isso pode ser condenada a até três anos de prisão.

Fonte: Ifronteira