A Polícia Militar deteve duas pessoas na rodoviária de
Presidente Prudente e apreendeu com elas oito celulares e uma folha com a
relação dos aparelhos, além de cópias escritas à mão do que seria o estatuto do
Primeiro Comando da Capital (PCC), uma facção criminosa que age dentro e fora
dos presídios paulistas. Conforme a polícia, a suspeita é de que os itens
seriam dispensados em alguma penitenciária da região.
De acordo com o delegado Arlindo Ribeiro de Sales, da
Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Prudente, o documento foi escrito à
mão em quatro folhas de caderno, em frente e verso. O conteúdo é composto por
objetivo, lema e penalidades para quem infringir as "regras" da
facção.
Ele ainda lista
alguns itens não permitidos pelo PCC e que
constam no documento. “Não admite estupro, pedofilia, homossexualismo, mentira,
covardia, opressão, inveja e outros atos que inferem o que seria a ética do
crime”, narra o delegado.
Sales ressalta que as investigações da DIG irão apurar a
origem do documento. “Como é escrito à mão, vamos investigar para saber a
autoria de quem o escreveu. Um inquérito será aberto para apurar o caso”,
ressalta.
Além do documento, os celulares apreendidos também serão
investigados, mas de acordo com o delegado até o momento não foi encontrada
nenhuma informação nos aparelhos. “Vou solicitar quebra de sigilo para
descobrir a procedência dos telefones”, esclarece.
Detidos
A abordagem da Polícia Militar que acabou localizando o
documento e os celulares ocorreu no final da noite de segunda-feira (24) e a
ocorrência terminou de ser registrada já na madrugada de terça (25). Porém,
apenas nesta quarta-feira (26) o boletim de ocorrência foi passado para a DIG,
que assumiu o caso.
Na rodoviária de Prudente, uma jovem de 20 anos e um rapaz
de 23 foram surpreendidos dentro de um ônibus com destino a Santo Anastácio.
Ambos se encontraram no terminal. No entanto, o rapaz relatou apenas que teria
adquirido os produtos na casa de uma tia, pois ela jogaria os aparelhos no
lixo.
De acordo com o delegado, como não houve o flagrante da
dispensa dos objetos em presídios, que é a suspeita da polícia do que seria
feito, os dois foram ouvidos e serão averiguados em liberdade.
Fonte: Ifronteira