Foram lidos em Plenário nesta quinta-feira (2) os três
projetos de lei do Senado para atualização do Código de Defesa do Consumidor
(Lei 8.078/1990). As propostas foram apresentadas aos senadores em março deste
ano, na forma de anteprojeto, por uma comissão de juristas reunida
especialmente para a tarefa, que foi presidida pelo ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin.
Depois de um processo de revisão, a cargo dos próprios
juristas, os três projetos foram assinados pelo presidente do Senado, José Sarney.
As propostas atualizam o CDC em três áreas: comércio eletrônico,
superendividamento do consumidor e ações coletivas. O PLS 281/2012 cria uma
nova seção no Código do Consumidor para tratar de comércio eletrônico. As novas
regras tratam da divulgação dos dados do fornecedor, da proibição de spams, do
direito de arrependimento da compra e das penas para práticas abusivas contra o
consumidor.
O PLS 282/2012 disciplina as ações coletivas, assegurando
agilidade em seu andamento na Justiça e prioridade para seu julgamento, além de
garantir eficácia nacional para a decisão dos casos, quando tiverem alcance em
todo o território brasileiro.
Já o PLS 283/2012 regulamenta o crédito ao consumidor e
previne o superendividamento. Entre as medidas propostas no texto estão a
proibição de se promover publicidade de crédito com referência a “crédito
gratuito”, “sem juros”, “sem acréscimo” e expressões semelhantes; a exigência
de informações claras e completas sobre o serviço ou produto oferecido; a
criação da figura do “assédio de consumo” quando há pressão para que o
consumidor contrate o crédito e a criação da “conciliação” para estimular a
renegociação das dívidas dos consumidores.
Juristas
A comissão de juristas reunida para elaborar as propostas de
atualização do Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi criada em dezembro de
2010. Desde então foram promovidas 37 audiências públicas com senadores,
procuradores da República, organismos de defesa do consumidor e outros
especialistas. Agora, as propostas seguem para a comissão temporária que fará a
análise das matérias.
Fonte: Agência Senado